O que são: são moedas digitais baseadas em criptografia
que podem ser enviadas em recebidas pela internet
Transparente: mantendo o anonimato dos participantes,
todas as transações são checadas para evitar cobrança dupla ou fraude, e ficam disponíveis
para checagem publica.
Descentralizado: O protocolo tem código aberto, o sistema
usa P2P eo dinheiro é transferido diretamente de pessoa a pessoa.
Qual a diferença para as moedas tradicionais: Não há
autoridade central, governos ou bancos regulando ou intermediando negociações,
com bitcoins.
Global: tem potencial de se tornar global, já que não são
atreladas a nenhum país.
São geradas em
blocos, através de pessoas que usam software para mineração digital. Os
cálculos feitos pelos mineradores, ajudam a verificar as transações de toda a
rede.
Servem para comprar bens e serviços, há diversos sites
que aceitam bitcoins.
Tem as vantagens de ser rápido, anônimo e sem taxas.
Os bitcoins tem potencial
para revolucionar o sistema financeiro e criar uma economia paralela, gerida
para e por pessoas. O protocolo do dinheiro eletrônico peer-to-peer não depende
da confiança em uma autoridade monetária central e permite transações semi- anônimas
e quase livres de impostos e taxas, mesmo no caso de envios para o exterior. Em
poucos segundos é possível transferir dinheiro para o outro lado do planeta, de
uma pessoa para outra, sem a intermediação de bancos ou regulações
governamentais.
Será
possivel gerar 21 milhoes de bitcoins. Creio que quando esse limite for atingido,
seu preço se elevará bastante.
O ‘garimpo’ se dá de forma que a quantidade
de fundos disponibilizada é ajustada em uma crescente previsível e controlada –
apenas 21 milhões de bitcoins serão criadas, com uma escala pré-definida sobre
a liberação delas até 2040 – tudo isso para evitar a versão digital do “basta
imprimir mais dinheiro, oras”. Os mineradores são responsáveis por adicionar
‘blocos’ de transações na rede, ganhando por isso uma recompensa em bitcoins.
Tecnicamente, qualquer um pode se tornar um minerador e ganhar bitcoins, mas
com o tempo os problemas se tornam mais difíceis e apenas equipamentos
especializados e de alta capacidade podem ajudar a resolvê-los.
Supercomputadores são usados para isso, e assumem o posto de perfuradoras digitais. Hoje em dia, o equipamento para mineração já evoluiu para
caros sistemas computacionais adaptados para competir por novas bitcoins, e já
é bem difícil que um novato entre no jogo. Da escassez nasce o valor do Bitcoin
– assim como o ouro, a demanda é limitada e o esforço para consegui-lo é cada
vez maior.
Ao adquirir bitcoins, as moedas ficam
arquivadas em uma ‘carteira digital’ no seu computador na forma de códigos de
64 caracteres cada.
Através do programa, é possível arquivar
moedas e também mandar e receber de outros, mas vale fazer um adendo: tome
cuidado ao escolher as empresas ou pessoas com quem fará negócio em BTC, já que
as transações são irreversíveis e a única opção no caso de algum engano é
esperar que o outro lado da linha devolva os seus fundos. Se você decidir se
aventurar no mundo BTC, também aconselho a leitura mais detalhada dos diversos meios para garantir a
segurança da sua carteira.
Para fazer uma transferência, basta
declarar a quantia através do programa escolhido, assinar digitalmente com a
chave privada dada a cada endereço e digitar também o código daquele que recebe.
A transação é então verificada pelos mineradores que, se aceitarem o
procedimento, gravam os registros e distribuem por toda a rede. A partir desse
momento, o dinheiro já está em posse da outra pessoa, como saldo disponível em
sua ‘carteira digital’. Aqui, o minerador funciona como intermediário, mas
nunca como regulador da moeda.
Um atrativo para alguns, a falta de uma
autoridade central e a desregulação também atraiu criminosos e negócios ilegais
para o Bitcoin, criando uma ‘economia do anonimato’. Se por um lado a relativa
proteção da plataforma permite doações para causas políticas censuradas por poderosos
e cria as bases de novas possibilidades econômicas, por outro financia
atividades como a contratação de assassinos de aluguel, contrabando, compra de
armamentos e drogas. Os simpatizantes argumentam que tudo se faz com Bitcoin
pode ser feito com dinheiro – o que é verdade. E, apesar de alardeado, o anonimato no sistema Bitcoin é
relativo – contestado por trabalhos acadêmicos que encontraram
brechas possíveis para a identificação das partes da negociação –, mas ainda
assim segue como um dos principais atrativos para a plataforma.
O
problema é que, por mais que se tente, será praticamente impossível regular o
sistema que possibilita a existência do Bitcoin, por conta do precedente
técnico e pelo conceito abertos pelo protocolo. É possível e provável que
certos governos ou empresas tentem paralisar a rede, seja por meio de
regulamentação ou ataques ao sistema, mas destruí-la completamente parece fora
de questão.
Basta
pensarmos em exemplos como o compartilhamento de música e filmes na internet. O
precedente técnico que possibilitou a troca de arquivos entre pessoas
sobreviveu – e evoluiu – mesmo contra interesses poderosos da indústria
cultural, e após anos de ataques vindos dos seus grupos de lobby e governos. O
mesmo pode acontecer se tentarem enquadrar a Bitcoin nos padrões convencionais
– mesmo que o controle seja possível, nada impedirá a criação de outras moedas
em moldes semelhantes ou que vão além do que temos atualmente.
A ideia de uma moeda descentralizada começou a ser discutida por
membros de uma lista de emails de interessados em criptografia e foi
concretizada por um programador de nome “Satoshi Nakamoto”, que comentou o
conceito em um paper publicado em 2008 e no ano seguinte criou o código que
suporta o sistema. Existem muitos rumores sobre a identidade de “Satoshi”,
nenhum confirmado. Em todas as suas comunicações públicas, o hacker usou
serviços de email de difícil monitoramento e conseguiu manter-se privado. O
pouco que se sabe é que ele surgiu repentinamente em discussões online ao
divulgar a pesquisa que originou o protocolo Bitcoin, e a partir de 2008
escreveu diversas mensagens – em inglês sem falhas, alternando o uso de termos
britânicos e norte-americanos – conclamando que voluntários ajudassem a
desenvolver o que seria uma moeda imune a banqueiros e políticos.
Em um post
publicado pela P2P Foundation em
2009, onde Nakamoto é identificado como sendo um homem de 38 anos do Japão, ele
explica a motivação por trás do projeto: “A raiz do problema com a moeda
tradicional é que ela precisa de muita confiança em outros para funcionar.
Precisamos de confiança em um banco central para que ele não desvalorize a
moeda, mas a história das ‘moedas fiat’ (respaldadas por governos e não pela
paridade com o ouro) mostra inúmeras violações de confiança. Os bancos devem
ser confiáveis para manter o nosso dinheiro e transferi-lo eletronicamente, mas
o emprestam em bolhas de crédito com apenas uma fração de reserva. Temos que
confiar neles com a nossa privacidade, confiar neles para não deixar os ladrões
de identidade drenarem as nossas contas. Com moedas com base na criptografia,
sem a necessidade de confiar em um intermediário ou em terceiros, o dinheiro se
torna seguro e as transações sem esforço”.
A
mensagem é clara: Em vez de confiar em governos, bancos centrais ou
instituições de terceiros para manter o valor da moeda e garantir transações, a
confiança do Bitcoin seria na matemática (‘Vires in Numeris’, como diz seu moto
em Latim que significa ‘força nos números’).
Em 3 de janeiro de 2009,
Nakamoto colocou o código em ação e garimpou ele mesmo o primeiro bloco de 50
moedas, conhecido na comunidade como o “genesis block”. Junto com os dados
liberados pela primeira ação do sistema, ele escreveu uma linha de texto com a
seguinte mensagem: “The Times 03/Jan/2009 Chancellor on brink of second bailout
for banks”, uma referência a um jornal
inglês que publicava a notícia de mais um político que se desdobrava para
salvar bancos falidos. Em outro trecho atribuído a ele,
sua intenção política fica ainda mais nítida: “Sim, [não resolveremos problemas
políticos apenas com a criptografia], mas podemos ganhar uma grande batalha e
expandir um novo terreno para a liberdade por vários anos. Governos são bons em
cortar as cabeças de redes centralmente controladas como o Napster, mas redes
puramente P2P como Gnutella ou Tor parecem estar se mantendo bem”.
Nos
primeiros dias do Bitcoin, Nakamoto se engajou em discussões com
desenvolvedores, fez alterações na programação e se mostrava ativo em fóruns
online dedicados a moeda. Em 2011, quando o conceito de uma moeda
descentralizada se disseminava e começava a criar as bases de uma
contraeconomia na internet, Nakamoto teria enviado um email para um hacker
amigo e dito que passaria a trabalhar em outros projetos. A partir daí parou de
dar notícias e simplesmente desapareceu, sem nunca revelar quem era.
O mais provável, no entanto, é que Satoshi
seja não um, mas vários. Dado o poder do projeto e os interesses que ele toca,
não seria uma má ideia um grupo se proteger através de um conveniente
pseudônimo. Em japonês, ‘Satoshi’ significa ‘pensamento claro’ ou ‘sábio’,
‘naka’ é ‘dentro’ e moto ´fundação’: ‘Pensando claro dentro da fundação’. Além
disso, existe também uma brincadeira com uma campanha que ficou conhecida como ‘Find Satoshi’, em que uma empresa inglesa de games decidiu
testar a teoria dos seis graus de separação (que diz que qualquer um está
sempre a seis pessoas de distância de conhecer qualquer outra pessoa) e propôs
que a internet achasse um homem tendo apenas sua foto e primeiro nome –
‘Satoshi’ – como informações. Assim como no jogo, Nakamoto pode estar próximo e
onde menos esperamos.
No Brasil no dia 20/06/2014 na cidade de São Paulo foi
inaugurado o primeiro caixa eletrônico de bitcoins.